As audiências realizadas pela Central de Conciliação de Belo Horizonte, em Minas Gerais, terminaram às 17 horas, com resultado positivo para a sociedade. Nas 40 audiências realizadas à tarde o índice de acordo manteve o patamar de 60%. Trinta audiências tiveram a data redesignada pela ausência das partes. Durante todo o dia, o resultado superou as expectativas, foram realizadas, no total, 89 audiências e, dentre essas, 60 terminaram em acordo, o que dá um percentual de 67,4%. A juíza coordenadora da Central de Conciliação, Ângela de Lourdes Rodrigues, disse estar surpresa com a presença significativa das partes chamadas para essa conciliação. “É uma experiência de sucesso para o Tribunal, já que o índice de acordo foi extremamente favorável”, afirmou. Segundo ela, o trabalho da Conciliação é conscientizar as partes, capacitando-as a resolver os seus conflitos. “Estamos trabalhando com a cultura da conciliação, de forma a recuperar a cidadania do indivíduo”, disse. Para o juiz auxiliar da Central de Conciliação, Luiz Gonzaga Silveira Soares, quando as partes estão em conflito não conseguem perceber, ouvir ou conversar – não há possibilidade de acordo. “O que é feito aqui é sentar com as partes e propor o diálogo, são elas que propõem as soluções e entram em consenso”, declarou. Ainda segundo o juiz, o Dia Nacional da Conciliação foi significativo para contribuir com a mudança de cultura do brasileiro, conscientizando-o da importância de resolver os conflitos por meio do acordo, sem litígios desnecessários.Com a possibilidade mais concreta de conciliar as partes, muda o perfil de ajuizamento constante de ações que tramitam por vários anos na Justiça sem solução, devido ao acúmulo de demandas e às várias possibilidades de recursos em cada processo. “Fica bom para as partes e também para o advogado”, destacou. Com toda essa divulgação, o magistrado acredita que a partir de agora as partes irão refletir ainda mais, de forma a simplificar a resolução de seus conflitos: “Se vamos até a Justiça para conciliar, porque não nos conciliamos antes?”, enfatizou.Os dois juízes têm o mesmo pensamento quanto à força de um acordo quando é realizado pelas próprias partes. “A decisão compartilhada tem um comprometimento”, diz a juíza. Para o magistrado, “cria-se um vínculo até moral entre elas”.O Tribunal de Justiça de Minas espera que, depois das audiências do Dia Nacional de Conciliação, todos os envolvidos voltem às suas casas com a convicção de que “Conciliar é legal e faz bem”.